COMUNICADO
"O tempo vai encarregar-se de colocar cada um no seu lugar e de “separar o joio do trigo”.
"Ponto prévio: este é a primeira e última vez que falamos sobre este assunto. A AD Fafe precisa de tranquilidade para preparar a próxima época e, da nossa parte, isso será ponto assente. Ponderámos, inclusivamente, não responder aos ataques que nos foram feitos no comunicado da “AD FAFE Candidatura Jorge Fernandes”. Quem nos conhece sabe que optámos sempre por não falar da AD Fafe na praça pública. Nunca quisemos o protagonismo que alguns agora reivindicam. Porém, é-nos impossível não refutar estas acusações gravíssimas de alguém que lidera o nosso clube e nos liderou durante tantos anos. E apenas o fazemos porque o comunicado da “AD FAFE Candidatura Jorge Fernandes” nos atinge não no plano desportivo (porque por esse prisma estamos acostumados a ser criticados pela pessoa em causa), mas sim porque fomos alvos de ataques muito graves ao nosso caráter e, consequentemente, ao amor e lealdade à Associação Desportiva de Fafe e aos grupos que capitaneámos nos últimos anos.
Das muitas mentiras presentes no comunicado, salta desde logo à vista uma: “Chegada a época 2014/15, a situação começou a serenar. Desde então e até ao momento presente, todas as obrigações para com os atletas e funcionários da instituição são cumpridas”. Não querendo entrar em pormenores por respeito à AD Fafe, qualquer jogador, equipa técnica de então e até membros da direção, todos podem facilmente confirmar que há coisas que não foram cumpridas durante esse período. Não nos referimos a extras, mas sim ao que era dos jogadores por direito, mas que estes foram abdicando ou tentando encontrar uma solução de pagamento que facilitasse a vida financeira do clube.
“Não havia mais um grupo coeso e produtivo. Senti-o clamorosamente quando a determinada altura pretendi homenagear um capitão de equipa perante os sócios num dos jogos e o mesmo recusou. Comecei a perceber de forma mais evidente as ditas “instabilidades”. Já não tinha a equipa comigo”. Mais uma vez é passada, por conveniência, uma ideia deturpada dos factos. O Xavi, porque é a ele que a “AD FAFE Candidatura Jorge Fernandes” se refere, rejeitou essa homenagem depois da época ter terminado, no dia do jantar de encerramento a 23 de maio, dois dias depois do último jogo. E rejeitou por considerar que não foi respeitado ao longo da época em que foi acusado por membros da direção de querer o mal do clube. Seria muito hipócrita aceitar uma despedida daquelas “para a bancada”, para todos ficarem bem na fotografia. Não faz parte do caráter do Xavi e ele frisou que não precisava de homenagens, só queria ter sido respeitado pelos anos de dedicação ao clube. Também esta história pode ser confirmada com qualquer jogador do plantel da época passada.
“Aos na altura “capitães” indiquei-lhes que seriam livres para seguir as suas vidas profissionais, mas que qualquer que fosse o curso, esse não passaria pela AD Fafe”. Esta é a história mais difícil de explicar. O Xavi terminou a sua carreira, mas todos os outros esperaram pelo Fafe até ao limite. Não tivemos direito a uma palavra de agradecimento, nem sequer a um “não contamos contigo”. Nada! Até que um de nós, o João, assume publicamente que não vai esperar mais e se sentia desrespeitado e eis que membros da direção dizem que o João Nogueira se precipitou e, na verdade, o Fafe contava com ele. Só que não contavam porque, se isso fosse verdade, não tinham esperado tanto tempo para conversarem com ele, nem contratavam jogadores e renovavam com outros sem uma palavra sequer ao João. Mais uma vez, a direção quis sair bem de uma história em que voltou a falhar de forma grotesca porque se contradiz. Ou disseram aos capitães no final da última época que não contavam com eles ou queria ter contado com pelo menos um só que ele precipitou-se. As duas histórias é que não pode ser!
Dizer que assume a responsabilidade por não ter agido mais cedo é surreal. Sempre que o Presidente agiu a equipa piorou. Não queremos mesmo ser deselegantes com um treinador porque isso não faz parte do nosso caráter, mas ainda está por explicar como se cometeu um erro tão grande e no final se diz que a responsabilidade que assume é não o ter feito mais cedo. Incompreensível! Porque nós assumimos as nossas responsabilidades! Todas as semanas demos a cara e treinámos como se não estivéssemos a ver aquilo que estava na cara para toda a gente menos para dois ou três “iluminados”. A culpa tem que ser repartida por todos. Sacudir a água do capote é a última coisa que um líder deve fazer. De um líder esperamos que esteja na linha da frente para nos defender. Alguém não nos defendeu na praça pública, alguém nos ofendeu, fez atentados ao nosso caráter e profissionalismo, chegando mesmo a desejar-nos mal na nossa vida pessoal. Não fomos nós! Enquanto capitães, defendemos sempre os nossos companheiros (mais uma vez, é fácil confirmar a nossa versão consultando os jogadores que passaram pela AD Fafe nos últimos anos, já que pelo menos duas dezenas estiveram presentes no jogo da subida no ano passado), mesmo que tenhamos sido acusados durante a época e até no comunicado em questão de falta de lealdade. Estivemos uma vida inteira num clube, outros quase dez anos e acusam-nos de falta de lealdade. Vinte anos ou mais no caso do Xavi e do João e quase dez no caso do Silvestre e do André… Queixas de presidentes, jogadores, treinadores? Só este ano! Curioso, no mínimo.
Esta foi a nossa posição enquanto capitães e não “capitães”. Não fomos capitães com aspas! O presidente intitular, nas redes sociais, de “capitães” com aspas, aqueles que abdicaram de tanta coisa, tantos direitos para jogar no clube do nosso coração, deve ser o maior ataque de que há memória à formação e ao ADN fafense. Não merecemos estátuas! Mas também não merecemos nem vamos ser enxovalhados só porque não concordamos com o rumo que querem dar ao clube.
Colocar os interesses pessoais à frente dos do clube é dizer-se, por todo o lado, que quem subiu o Fafe à II Liga foi o presidente. Agora, na hora da descida, está visto que, para o presidente, a culpa foi dos capitães. Fica mal a um líder mas é mais que isso. Está provado que, na vida e no futebol, quem não quer repartir o sucesso, acaba por colher só para si os louros na hora do insucesso. Porém, neste caso, o presidente do Fafe acha que é o único responsável pelas vitórias e o único inocente nas derrotas.
Lamentamos que a febre do futebol profissional tenha deslumbrado as pessoas que comandam o clube. A vontade de fazer parecer acabou por não nos deixar ser o que somos: o Fafe é raça, justiça e HUMILDADE! Essa febre do futebol profissional fez com que se fossem descartando todos aqueles que tinham largos anos no clube. É uma política válida… mas assumam-na e não se escondam! Não seremos bodes expiatórios de ninguém!
É curioso se olharmos para trás e contarmos quantos da equipa que subiu no ano passado, entre equipa técnica e jogadores, estão no clube nesta que agora começa. Parece que passaram dez anos mas só passou um. Um ano desde uma das épocas de maior sucesso do Fafe e era preciso mudar tudo? Talvez, mas por outros interesses que não os do clube.
Havia muito mais a dizer, histórias sem fim de atitudes inexplicáveis, de declarações profundamente infelizes. Mas não vamos querer contá-las. O clube e os sócios não merecem!
O tempo vai encarregar-se de colocar cada um no seu lugar e de “separar o joio do trigo”. Quanto a nós, não vamos voltar a este assunto. A AD Fafe é assunto encerrado enquanto profissionais de futebol mas nunca enquanto adeptos e sócios. Queremos o sucesso do clube mesmo que isso possa depois ser usado como arma de arremesso e de ajuste de contas. Porque por mais que tentem, nunca deixaremos de amar o Fafe e o Fafe nunca deixará de nos respeitar!
Obrigado a todos os que partilharam balneário connosco e aos melhores adeptos do Mundo! Viva a ADF!
Pelo Fafe sempre, com o Fafe ETERNAMENTE!
Os ex-capitães da ADF
Xavi
João Nogueira
André
Silvestre"
Sem comentários:
Enviar um comentário